20/08/2003

Há poucos minutos atrás conversava com uma das minhas aves raras ou estrelas novas e ela apontou-me um caminho ou uma ideia, o sentir as pessoas... Sentir alguém é percebê-la mesmo sem palavras, é colori-la mesmo com tintas transparentes de cor, é saber que no ar que ela respira existe sempre um espaço para partilhar connosco, é isso não é?

É tão bom quando conseguimos sentir o outro, dar-lhe uma cor, um cheiro, um nome e é tão raro isso acontecer ou perdurar.
Por momentos sentimos o outro mas é uma fracção de segundo, depois acaba, fica apenas o rasto de um perfume na memória que poderá um dia ressurgir quando alguém passa por nós na rua. Às vezes temos sorte e sentimos o outro por muito tempo, até na sua ausência para sempre, às vezes o outro fica connosco, achamos que nos pertence ou que lhe pertencemos, são aqueles casos que se sentem um ao outro e por isso podem colorir o seu céu com muitas cores e partilhar muitos ares sem nunca se cansarem.
Mas o habitual mesmo é ficar-se com o rasto de perfume que os outros nos deixam aquando da sua passagem. Apenas custa a que nos habituemos a isso, depois torna-se normal, dizerem adoro-te e até qualquer dia!

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