21/08/2003

Hoje no regresso a casa descobri que queria ser aspirada, não, não é lipo-aspirada, é mesmo aspirada assim como se faz às casas, com um aspirador enorme que recolhesse todas as memórias, que devorasse todas as saudades, que apagasse tudo. Em seguida de alma limpa ou aspirada, retornar à estrada e começar de novo. Voltar a viver as sensações que se perderam e guardaram, voltar a ser livre e a me encontrar, ouvir de novo o som do meu riso de descoberta (que há muito deixou de ecoar em mim)...
O Caetano tem razão quando canta que é melhor ter saudades para acompanhar no caminho mas às vezes cansa arrastá-las connosco e pior ainda se se levarem as memórias do que provoca as saudades.
Por isso se fosse aspirada tornava-me mais leve, mais solta, menos gorda de passado!
Suz

20/08/2003

Há poucos minutos atrás conversava com uma das minhas aves raras ou estrelas novas e ela apontou-me um caminho ou uma ideia, o sentir as pessoas... Sentir alguém é percebê-la mesmo sem palavras, é colori-la mesmo com tintas transparentes de cor, é saber que no ar que ela respira existe sempre um espaço para partilhar connosco, é isso não é?

É tão bom quando conseguimos sentir o outro, dar-lhe uma cor, um cheiro, um nome e é tão raro isso acontecer ou perdurar.
Por momentos sentimos o outro mas é uma fracção de segundo, depois acaba, fica apenas o rasto de um perfume na memória que poderá um dia ressurgir quando alguém passa por nós na rua. Às vezes temos sorte e sentimos o outro por muito tempo, até na sua ausência para sempre, às vezes o outro fica connosco, achamos que nos pertence ou que lhe pertencemos, são aqueles casos que se sentem um ao outro e por isso podem colorir o seu céu com muitas cores e partilhar muitos ares sem nunca se cansarem.
Mas o habitual mesmo é ficar-se com o rasto de perfume que os outros nos deixam aquando da sua passagem. Apenas custa a que nos habituemos a isso, depois torna-se normal, dizerem adoro-te e até qualquer dia!

17/08/2003

Algum dia teria de ser, às vezes pela monotonia outras pelo querer experimentar algo de novo, mas algum dia teria de ser...O nome persegue-me desde há alguns anos, é mais do que um substantivo ou um país, é um local de nascimento e de morte. É um país de crescimento e de exploração.

Tal como um dia decidi ir ou noutro (muitos meses depois) decidi voltar, talvez por estas mesmas razões, agora decido experimentar esta nova forma de comunicação.

É tempo de férias para a maioria onde me incluo porém nem todos os dias de calma e descanso são dias de bem estar interior, se é que tal existe, por isso procura-se sempre algo mais, procura-se sempre aquilo que não se encontra. Por agora já chega.