14/06/2004

A escrita muitas vezes é a abstracção do tempo e do espaço onde nos encontramos, um momento de reflexão ou de distracção para com a correria da vida. Quando não se tem tempo, não há escrita, quando não se tem disposição para articular velhas palavras em frases novas, não há escrita e quando não se tem tempo para ser não há forma de o descrever. Já me perdi em escritas e hoje não sei o que foi dessa magia, não tenho tempo? ou não tenho motivos para escrever? Olho para o que escrevo agora e só encontro a insalubridade, a falta de poder nas palavras! E as palavras continuam a ser as mesmas, eu é que não o sou. E questiono-me muito se algum dia voltarei a esse brilho de escrever, a essa perda de identidade...
A questão é velha, resume-se a ficar e partir, a procurar e não querer encontrar para que a insatisfação seja a mochila às costas, para que o brilho de viver seja diferente, para que a descoberta seja a constante de uma vida. E depois quando se sabe que isso não é a regra, a forma de melhor se viver, a confusão instala-se e as palavras não escorregam para os textos, ficam presas aos dedos e guardadas na memória até um dia se soltarem de novo.
Como se faz para se sobreviver à mesquinharia do dia a dia, para não se ser resumo como os outros, como se consegue sem partir?

24/05/2004

Vamos então a ver como é que isto funciona, pode ser que adira a sério a esta coisa da blogagem! Quem sabe!!